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Perícia em andamento

Barco com corpos no Pará: entenda como deve ocorrer a perícia

Resgate e transporte da embarcação do alto mar até trapiche foram feitos neste domingo (14). PF investiga nacionalidade e causa da morte das vítimas.

Publicado em 15/04/2024 às 16:00
Atualizado em

(Foto: Fábia Sepêda/TV Liberal)

A Polícia Federal começa nesta segunda-feira (15) a análise do barco encontrado à deriva com corpos. A embarcação foi trazida do alto mar para a terra firme durante o domingo (14).

Agora, a perícia trabalha para identificar quantas vítimas são e o local de origem. O barco e os corpos irão para o Instituto Médico Legal (IML) de Bragança, nordeste do PA, e passarão pela Identificação de Vítimas de Desastres (DVI - Disaster Victmim Identification)

Como funciona a Identificação de Vítimas de Desastres

A PF também detalhou que serão utilizados protocolos de Identificação de Vítimas de Desastres (DVI), os mesmos usados com as vítimas da tragédia de Brumadinho, em 2019, e em casos de acidentes aéreos e desastres naturais, por exemplo.

O objetivo da DVI, que reproduz técnicas internacionais de perícia, é que as vítimas, mesmo em estado de decomposição avançado, possam ser identificadas precisamente e legalmente, a partir de amostras de DNA, características físicas, impressões digitais, registros odontológicos e objetos pessoais.

De acordo com os protocolos, há quatro fases na DVI para coleta durante a perícia:

  • dados antemortem (informações sobre as vítimas antes do desastre),
  • postmortem (dados obtidos dos corpos das vítimas),
  • local de desastre
  • e fase de comparação.

Assim, a DVI oferece a possibilidade de que os corpos sejam entregues às famílias posteriormente.

A suspeita é que as vítimas que estão no barco sejam estrangeiras, mas a confirmação só deve ocorrer após a perícia, segundo a Polícia Federal e os bombeiros.

"Tudo indica que são estrangeiros, mas é uma hipótese. Essa embarcação não possuí nenhuma identificação que nos dê consistência para saber de que país é", explicou o tenente dos bombeiros Hugo Moura, um dos envolvidos no resgate.

"Somente depois de a polícia científica da Polícia Federal e do Estado conseguirem fazer os exames de necropsia [será possível saber]. A Polícia Federal deve fazer contato com consulados, com serviços diplomáticos para tentar identificar", complementou o militar estadual.


Barco foi encontrado à deriva no Pará com corpos no fundo da embarcação em estado de decomposição — Foto: Reprodução

O barco foi achado na manhã de sábado (13) por pescadores à deriva no mar, próximo a uma ilha no litoral de Bragança. A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) abriram investigações sobre o caso.

Um dos objetivos da investigação da Polícia Federal é descobrir a nacionalidade das vítimas, além da causa das mortes. Os corpos foram encontrados em estado de decomposição.


Banco com corpos no Pará: autoridades aguardavam em porto de Vial do Castelo em Bragança a chegada da embarcação — Foto: Fábia Sepêda/TV Liberal

Perícia após resgate de horas do barco

O trabalho de resgate da embarcação com os corpos começou pela manhã e durou mais de 12 horas. A maré baixa dificultou o traslado, assim como a necessidade de trazer o barco em baixa velocidade.

"É uma missão que requer pressa, porque quanto mais dias passa, com a decomposição, mais fica difícil de a perícia trabalhar, mas temos que trabalhar com todo cuidado, com segurança para não danificar a embarcação, navegando em áreas muitos rasas", explicou o tenente Hugo Moura.

Após chegar em terra firme, a embarcação, ainda com os corpos, foi coberta com lona e amarrada, mas não houve sucesso na retirada da água, mesmo com auxílio de uma retroescavadeira. O objetivo é que o barco seja colocado em um caminhão da Marinha para ser levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Bragança.

A medida será tomada porque no porto onde o barco atracou não há estrutura adequada para o trabalho de remoção dos corpos de dentro do barco com os cuidados exigidos.

"No local serão feitos os trabalhos de necropsia, todos os exames cadavéricos, tanto da Polícia Federal quanto da Polícia Científica do Estado. Será feita a primeira análise em Bragança, com os peritos federais que estão na cidade.

As ruas no entorno do IML de Bragança devem ter o trânsito interrompido ao longo desta segunda. A previsão é que a perícia inicial dure até terça-feira (16).

Depois do processo de retirada dos corpos de dentro do barco, este deve ser levado para Belém e ficar sob custódia da Marinha para perícia e tentar identificar a origem.

Corpos em decomposição

A embarcação com vítimas foi achada por pescadores na manhã de sábado (13), mas a maré baixa dificultou os trabalhos de resgate à tarde e à noite de sábado. Mesmo assim, equipes se aproximaram do local para avaliação inicial da situação.


"Pelo estado que estão já, bem desidratados, tem bastantes dias, talvez até mais de um mês", afirmou o bombeiro Tadeu Barbosa sobre a situação dos corpos.

Na manhã de domingo, uma força tarefa com autoridades federais, estaduais e municipais foi ao encontro da embarcação com os corpos, assim que a maré subiu.

O reboque foi acompanhado por aeronave, além de barcos, e exigiu cuidado, pois há muitos bancos de areia na área. Por haver corpos em decomposição no barco, o trabalho precisou ser ainda mais cuidadoso.




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