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Policial

Filha de pastor é presa pela morte do próprio pai em Marabá

Passados mais de quatro anos do assassinato do pastor Reginaldo, a Polícia Civil de Marabá conseguiu desvendar o caso.

Publicado em 28/11/2022 às 10:28

Pastor-Reginaldo.jpg - Vitima do assassinato (Foto: Reprodução/Divulgação )

Ailton1.jpg - Acusado do crime (Foto: Reprodução/Divulgação )

Rakel.jpg - Filha do pastor e acusada de planejar o crime (Foto: Reprodução/Divulgação )

Bonita, inteligente, mas perigosa. Foi assim que vizinhos descreveram para a Reportagem do CORREIO o perfil de Raquel Vieira da Silva, presa nesta sexta-feira, 25, na paradisíaca Jericoacoara, no Ceará, onde havia constituído nova família e trabalhava como esteticista.

Todavia, é preciso voltar ao ano de 2018, mais precisamente no dia em 6 de junho, quando Raquel e seu namorado à época, Ailton Pereira Monteiro, teriam atuando em conjunto para o assassinato do pai dela, Reginaldo Vieira da Silva, conhecido como pastor Reginaldo, que era dono de uma envazadora de água adicionada de sais próximo à Vila São José, em Marabá.

Passados mais de quatro anos do assassinato do pastor Reginaldo, a Polícia Civil de Marabá conseguiu desvendar o caso e prender dois dos envolvidos no crime: Raquel da Silva, e Ailton, que teria sido o autor do homicídio e ela a mentora intelectual.

De acordo com o que foi apurado pela reportagem deste CORREIO, Raquel e Ailton não estavam mais juntos. Ambos já têm outros relacionamentos e até filhos. Ailton foi preso na fazenda em que trabalhava no pequeno município de Hidrolândia, interior do Goiás, na quinta-feira (24), enquanto ela foi capturada nesta sexta-feira (25), em Jericoacoara, um dos melhores destinos turísticos do País, onde ela trabalhava como esteticista.

A investigação foi conduzida pela equipe do delegado Toni Rinaldo Rodrigues de Cargas, titular do Departamento de Homicídios da Polícia Civil em Marabá.

Conforme o que foi apurado ao longo da investigação, o pastor Reginaldo foi alvo de uma emboscada quando chegava à envasadora de água pertencente a ele na BR-230, às proximidades da Vila São José, em Marabá. Baleado, ele foi socorrido ao Hospital Municipal de Marabá (HMM), onde morreu pouco depois de dar entrada. Mas teria dito a policiais e profissionais de saúde que o autor dos disparos teria sido Ailton.

Dívida foi o estopim

No decorrer das investigações, a Polícia Civil descobriu que Reginaldo devia R$ 14 mil para Ailton e este passou a lhe cobrar porque precisava do dinheiro para tirar seu porte de arma. Acontece, porém, quem Reginaldo teria dito que não tinha o dinheiro e só iria lhe pagar quando pudesse.

Foi aí que Raquel entrou em cena. Ela disse ao namorado que seu pai tinha uma grande quantia em dinheiro para receber em razão de negócios da empresa de fornecimento de água dele. Surgiu então plano para matar o próprio pai e os dois ficarem com o dinheiro.

No dia do crime, pastor Reginaldo passou o dia em Eldorado do Carajás e só chegou a Marabá tarde da noite. Ele foi baleado por volta das 23h. Mas, nas horas que antecederam o assassinato, a polícia descobriu que Raquel manteve contato telefônico constante com o pai, como se estivesse monitorando seus passos para avisar ao namorado a hora que o alvo chegaria na cidade.

Depoimento dos acusados

Ouvidos no decorrer da investigação, Ailton e Raquel contaram praticamente a mesma versão. Disseram ter passado o dia juntos, assim ela livraria a cara do sujeito de qualquer acusação.

A história foi bem contada. Mas, a polícia teve acesso ao paradeiro dos dois naquele dia e descobriu que o casal manteve uma intensa comunicação por telefone durante todo o dia, o que não faz sentido para duas pessoas que disseram ter passado o dia juntos. Tudo isso levantou suspeitas que robusteceram o pedido de prisão preventiva, que foi decretado pelo Poder Judiciário local.

Quatro famílias

Outra situação que chamou atenção, também, durante as investigações, foi o fato de que pouco tempo depois do crime, os dois foram embora de Marabá. E não só isso: menos de três semanas depois do assassinato, outras quatro famílias de parentes de Ailton, que moravam na mesma rua, no Bairro São Félix, também deixaram a cidade.

Todos esses elementos tiveram efeito de peças de um quebra-cabeças que demorou quatro anos para ser montado, mas finalmente ficou pronto. Agora, Ailton e Raquel devem ser ouvidos lá mesmo nos locais onde foram presos, possivelmente por videoconferência, e depois serão recambiados para Marabá, onde possivelmente sentarão no banco dos réus para responder pelo assassinato do pastor Reginaldo.

A polícia, agora, procura descobrir quem seriam Dodô e Rói Coco, igualmente suspeitos de participar do homicídio. Para isso, conta com ajuda da população, mantendo a informação em anonimato. 


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