O apoio ao esporte foi tema de uma Sessão Especial nesta segunda-feira (27), no espaço multiuso da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). A proposição é da deputada Maria do Carmo e tem o objetivo de ampliar o debate sobre o incentivo aos times de futebol paraense do interior, além de buscar alternativas para garantir maior ajuda aos times durante as competições esportivas.
O evento contou com a presença do vice-presidente da Federação Paraense de Futebol, Ricardo Oliveira; do presidente do time São Raimundo (Santarém), do vereador Junior Tapajós, que representou também os times São Francisco e Tapajós; da secretária adjunta da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), Ana Paula Alves; e do presidente da Federação das Ligas Desportivas do Pará, Mário Célio Alves.
"Sempre entendi o esporte como um direito da população, especialmente o futebol, pelo que a modalidade significa para cada cidadão no Brasil e no Pará", destacou a deputada Maria do Carmo na abertura da sessão. "Tenho todo respeito pelos grandes clubes que dão alegria às pessoas, às suas torcidas. Mas precisamos dialogar para que os times do interior também possam ter condições dignas para participarem dos campeonatos”, avaliou.
Segundo a Federação Paraense de Futebol, em todo o Pará há 38 clubes profissionais e 28 amadores, times que são tradicionais e que representam os mais diversos municípios paraenses.
A parlamentar ressaltou que é preciso ouvir o que os dirigentes dos times de interior têm a falar e suas necessidades, bem como entender os critérios para a divisão de recursos para o apoio ao futebol. O Pará possui R$8 milhões partilhados entre 12 times, mas esse benefício não chega a todos os clubes de todas as divisões do esporte no Estado.
Ana Paula Alves, da Seel, explicou como a secretaria apoia o futebol paraense. “O tipo de incentivo que a secretaria pode fazer é direcionado aos atletas, individualmente; às entidades esportivas, como as ligas municipais; e na realização de jogos pelo interior. Mas cabe aos clubes definirem quem joga”, disse ela.
Crédito: Balthazar Costa (AID/ALEPA)
O presidente da Federação das Ligas Desportivas do Pará, Mário Célio Alves, destacou que um dos problemas que precisam ser debatidos é sobre os critérios para definir a partilha dos recursos. “Há uma disparidade de recursos entre os grandes times, da capital, e os times menores do interior, e de divisões e categorias mais baixas. Esses critérios de distribuição precisam ser debatidos e resolvidos”, avaliou.
O presidente do time São Raimundo (Santarém), vereador Junior Tapajós, que representou também os times São Francisco e Tapajós, lembrou que as dimensões do Pará impõem outras dificuldades para o futebol paraense. “A distância é um fator que aumenta as dificuldades para os times menores, do interior, que não têm recursos para se deslocarem e participarem dos campeonatos mais importantes. Os problemas são tantos que esses times acabam desistindo”, lamenta. “Precisamos pensar o Pará além de Belém, além de Remo e Paysandu. Precisamos interiorizar mais os esforços para apoiar além da 1ª divisão”, concluiu.
O vice-presidente da Federação Paraense de Futebol, Ricardo Oliveira, ressaltou que, apesar das dificuldades, o futebol paraense cresceu. “Em dois anos, passamos de 300 para cerca de 1.000 jogos realizados por ano. A Federação entende que é preciso reconhecer o peso dos grandes times, mas que não há campeonato sem os outros times de todo o Pará”, finalizou.
A deputada Maria do Carmo, após ouvir as demandas dos representantes dos times de interior, se comprometeu a mediar uma reunião com a participação da Seel e da Federação Paraense de Futebol para debater a distribuição de recursos para os times; acompanhar em Brasília o debate sobre a legislação federal referente ao apoio ao futebol; defender junto ao governo do Estado a adesão ao Fundo Nacional para o futebol; e buscar soluções para a conclusão das obras de adequação do estádio de futebol de Santarém.
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